terça-feira, 15 de junho de 2010

REPÚBLICA VELHA - CRONOLOGIA, LITERATURA E DOCUMENTÁRIO.

Convencionou chamar de REPÚBLICA VELHA o período entre a Proclamação da República, em 1889, e o golpe de estado que levou Getúlio Vargas ao poder em 1930.

1889 até 1894 - REPÚBLICA DA ESPADA

1894 até 1930 - REPÚBLICA DAS OLIGARQUIAS

Os presidentes da República Velha foram:

* 1889 até 1891 - DEODORO DA FONSECA - chefe do governo provisório e presidente eleito indiretamente.

*1891 até 1894 - FLORIANO PEIXOTO - assume após a renúncia de Deodoro da Fonseca.

*1894 até 1898 - PRUDENTE DE MORAIS.

*1898 até 1902 - CAMPOS SALES.

*1902 até 1906 - RODRIGUES ALVES.

*1906 até 1909 - AFONSO PENA - morreu durante o mandato.

*1909 até 1910 - NILO PEÇANHA - vice-presidente de Afonso Pena, concluiu o mandato.

*1919 até 1914 - HERMES DA FONSECA.

*1914 até 1918 - VENCESLAU BRÁS.

*1918 até 1919 - DELFIM MOREIRA - governa provisoriamente até a realização de novas eleições já que o presidente eleito, Rodrigues Alves, morre antes de assumir o governo.

*1919 até 1922 - EPITÁCIO PESSOA.

*1922 até 1926 - ARTUR BERNARDES

*1926 até 1930 - WASHINGTON LUÍS.

Como leitura complementar ao período da República Velha, em especial aos temas Coronelismo e Voto de Cabresto publico o texto de Lima Barreto, da obra "Vida Urbana".

“ _ Seu Doutor, eu vim incomodá-lo; mas precisa muito ficar bem com minha consciência.

_ Que há?

_ Eu não voto no doutor Rui.

_ Como você vai votar no Epitácio?

_ Nem num nem noutro.

_ Você está ficando indisciplinado; não é mais o correligionário disciplinado de antigamente. Que diabo foi isso? Eu não tenho sido companheiro para você?

_ Quero que o senhor não pense que sou mal-agradecido. Se estou empregado, devo ao doutor e...

_ Se você continuasse no partido, podia subir ou nós arranjávamos uma equiparação ou mesmo um aumento de vencimentos; mas...

_ Continuo no partido, doutor...

_ Como? Você não vota conosco...

_ Mas não voto no outro.

_ É o mesmo.

_ Não é doutor.

_ É sim Felício! Em política, quem não é por mim é contra mim. Você sabe disso, não é?

_ É e não é. Não estou contra o senhor não senhor! É que me deu uma coisa cá dentro e eu... [...]

_ Conte lá a história.

_ Vou contar. Trata-se – não é verdade? _ de escolher o homem que vai governar isto tudo. Quero dizer que ele vai governar todos os brasileiros, inclusive eu.

_ Daí?

_ Espere doutor! Pensei, então, eu cá com os meus botões: vou escolher uma pessoa que deve mandar em mim, na minha mulher, nos meus filhos, na minha casa até – preciso cuidado. Não é doutor?

_ Mais ou menos, é, pois há a lei que...

_ Isto de lei é história. Quem governa é ele mesmo...

_ Vamos adiante...

_ Um homem que vai ter tanto poder sobre mim, sobre os meus e sobre as minhas coisas para ser escolhido por mim mesmo, deve ser meu conhecido velho. Voluntariamente pela minha própria vontade, vou escolher um dono para mim, e sendo assim o meu dever é estar inteirado do sujeito que é – não acha?

_ Sim, não há dúvida. Mas você sabe quem é o Rui, penso eu.

_ Conheço. É um homem muito inteligente [...]

_ Mas por que você não vota nele?

_ Não voto porque não o conheço intimamente, de perto, como já disse ao senhor. [...] Mas tenho outros conhecidos, entre os quais posso procurar a pessoa para me governar, guiar e aconselhar.

_ Quem é?

_ É o doutor.

_ É voto perdido...

_ Não tem nada; mas voto de acordo com o que penso. Parece que sigo o que está no manifesto assinado pelo senhor e outros. ‘Guiados pela nossa consciência e obedecendo o dever de todo republicano de consulta-la’...

_ Chega Felício.

_ Não é isso?

_ É, mas você deve concordar que um eleitor arregimentado tem de obedecer ao chefe.

_ Se, mas isto é quando se trata de um deputado ou senador, mas para presidente, que tem todos os triunfos na mão a coisa. É o que penso."

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