Dentro do projeto interdisciplinar da Escola Virgílio, A História do Bairro, com Consciência Ambiental, estamos tratando do tema Mata Atlântica. Em História estamos vendo, agora, os grupos culturais que surgiram na região de Mata Atlântica, em especial os Quilombolas e Caiçaras. São grupos que manifestam uma cultura social específica, integrada a Mata Atlântica, precisam da Mata para sobreviverem e, por este motivo, convivem harmoniosamente com ela.
Outro assunto que estamos vendo é a relação entre os ciclos econômicos e a devastação do bioma Mata Atlântica. Por estar situada nos territórios do litoral e nas áreas próximas a ele, a Mata Atlântica sofre com a ação da Sociedade Ocidental desde 1500. A exploração da terra pelos europeus e depois pela elite burguesa colonial e brasileira foi, até o século XX, uma exploração predatória e sem nenhuma preocupação ambiental. A Mata Atlântica sofreu esse processo sem defesa.
O primeiro dos ciclos econômicos foi o do Pau-Brasil. Essa árvore, que foi homenageada com dando seu nome ao nosso país, era abundante na Mata Atlântica, e tinha, no século XVI, alto valor comercial na Europa, pois de sua madeira avermelhada era extraído o corante para a tinturaria de tecidos européia. Em regime de escambo com as populações indígenas, os portugueses armazenavam as madeiras nas feitorias (armazéns fortificados no litoral) até as embarcações aportarem na costa brasileira e transportarem as toras para a Europa. No início do século XVI era muita baixa a freqüência das embarcações portuguesas na América, sendo o Brasil inicialmente ponto de parada para as viagens as Índias.
Com a desvalorização da rota Atlântica para as Índias, Portugal passou a ter outros interesses nas terras americanas, e passou a implantar um regime de exploração colonial. A primeira atividade rentável deste sistema foi o Ciclo da cana-de-açúcar. A exploração desta cultura se deu em grande intensidade nas áreas do litoral do Nordeste e Sudeste, portanto, na área de ocorrência da Mata Atlântica. O Ciclo açucareiro predominou no Brasil por pelo menos dois séculos e devastou boa parte do bioma Mata Atlântica.
No século XIX, foi introduzida a cultura do café, inicialmente no Rio de Janeiro e em São Paulo. O café se tornou o principal produto da pauta de exportações do país e implantou uma dinâmica diferenciada na economia brasileira. Foi a partir da cafeicultura que se intensificou a urbanização e industrialização de São Paulo. Conseqüência do ciclo do café a introdução das ferrovias para escoar a produção, do interior para o litoral, onde estavam os portos de exportação.
O que temos de relacionar é que desde a chegada dos portugueses ao Brasil, a área de ocorrência das principais atividades econômicas do Brasil coincidiam com a área de Mata Atlântica, por este motivo o alto índice de desmatamento deste bioma, que hoje nos preocupamos em preservar o que restou dele.
quarta-feira, 26 de maio de 2010
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